Imagens sensoriais rodeando a garota de cabelos soltos, folhas, vento, sol, o campo aberto, deitada na grama.
A garota dos cabelos soltos rodopia ao som do mar, que está um pouco distante, é verdade, mas o som existe e embala a cena.
Todos os sentidos ligados ao vento, ao céu, à alma, e a garota sorri.
A garota dos cabelos leves, circulando o chão com um graveto, faz um montinho de folhas, derruba, remonta, sorri novamente.
Os olhinhos espremidos tentando fitar o sol deixam-na com o rosto tão distorcido que chega a existir certa graça em suas maneiras, e ensaio chamar por seu nome, que na realidade nem bem sei, mas arrisco um nome que lhe vista bem os movimentos do braço, o branco do pescoço, o brilho do olho. Se se pudesse descrever a pureza com palavras, dir-se-ia que era o nome desta garota, mas não existem palavras que alcancem o que há de puro neste mundo, e não consigo deixar de pensar que pronunciar um nome para tal criatura é o maior dos pecados.
A garota agora prende o cabelo, ou mesmo dá apenas um nó meio frouxo que em alguns segundos soltará de novo. E ela vai enrolar e segurar o cabelo enquanto dança com o vento, e vai sumindo, vai sumindo, e me rouba a alma quando, por fim, mergulha no mar.
domingo, 8 de junho de 2008
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