É nesse por-do-sol eterno que eu vou encontrar a porção que me falta de qualquer coisa que valha a pena; é esse fim de por-do-sol infinito e anil que eu vou encontrar a falha que me cava dia-a-dia, unha-a-unha, me sangrando e me inflamando, continuamente......
Ondeando no concreto há a alma que não sabe se lavar, não sabe se secar, não sabe se livrar.
O garoto-muito-menino com olhos verde-água segue na estrada que já se sabe onde vai dar; corre de quando em quando, só por desencargo de consciência, arfando sempre, sempre com pressa, quer chegar.
A alma do concreto, o menino na estrada, se ligam por qualquer elo muito delicado de pensamentos distantes e sonhos incríveis que se perdem, se ligam novamente, e são os olhos verde-alma que atraem qualquer carga de afeição inconsciente, inconsistente, fading away...
O concreto, a água, a poeira da estrada que sobe e todos seguem pro mesmo rumo. Qualquer porção de beleza no meio do caminho é uma dádiva, um tesouro do desespero, e desperdiçá-la com conversas fúteis só pode ser considerado um crime.
Versos que se compõem em pedaços longos, longos demais para versos, e ainda assim é poesia, é suave, e se é suave há de ser poesia.
Cantinhos de sonho na minha mente se dão as mãos para me alegrar, me tirar do mundo, e não me diga que é covarde fugir, porque não é. Eu fujo e crio, crio a vontade, o som, a cor, e fico feliz.
9 tempos de batidas inconstantes, esse som já me perturba, mas ainda assim vou atrás dele porque é o que me tira do meu estado habitual. O som que só serve de fundo, para me alucinar, e quase que mata a mente da menina tão natural em sua pose na cadeira, a menina da alma no concreto ondulante, a menina do menino de olhos-água-alma, a garota que martela no ritmo dos nove tempos de música tão estranha, e a alma que corre na estrada, levanta o pó de alergias tantas, alergias passadas, alegrias enterradas, corre para o destino certo de todos, o mar calmo de muitas ondas, de muitos cantos, de praia roxa.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
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