Sempre guardei aquele bilhetes e cartinhas de amigas numa caixa de sapatos que ficava num canto do meu quarto. Até que um dia, há um ano ou dois, resolvi jogá-las fora.
Joguei a maioria; no entanto, duas cartas não consegui jogar. Duas amigas estavam contidas, de certa forma, ali. E os papéis foram aposentados numa gaveta bagunçada, até um dia em que eu decidi organizar todos os meus textos num fichário. As mesmas foram guardadas lá.
Hoje eu quis reler algumas coisas antigas, e no fim lá estavam elas. A tinta da caneta borrada por água que talvez tenha caído... E senti uma coisa que eu nunca havia sentido.
Não consigo nomear esse sentimento. Não é exatamente saudade, não é nostalgia ou mesmo arrependimento por as ter deixado ir. Era... era um sentimento de vazio. O vazio que elas deixaram, para alguém completar. Um sentimento meio de mãe, uma preocupação repentina. Estariam elas - aquelas duas que foram tão importantes - vivendo bem, agora? Que caminho teriam tomado?
E então as lembranças começaram a aflorar, me enchendo de uma alegria saudosa, tantos momentos vividos que a gente esquece! Lembrei de coisas que nem sonhava lembrar, de coisas tão intensas que não consigo acreditar que eu já me havia esquecido.
Me fez bem...
quarta-feira, 3 de maio de 2006
Distração
Escuto meus pensamentos e esqueço a movimentação que existe fora de mim. Vagando...
O Sol lá fora é forte, e aqui tudo é tão frio! A rua, do outro lado do vidro, é úmida e calma, e aqui só ouço ruídos.
Escuto olhares, vejo vozes, sinto a música que sai aos tropeços do fim da manhã.
Estou tentando cessar essa divagação desenfreada, mas não consigo nadar para fugir da minha torrente de pensamentos.
E essa água corre, corre, corre... Me levando junto até que eu me afogue, até que eu mergulhe, até quando?
O Sol lá fora é forte, e aqui tudo é tão frio! A rua, do outro lado do vidro, é úmida e calma, e aqui só ouço ruídos.
Escuto olhares, vejo vozes, sinto a música que sai aos tropeços do fim da manhã.
Estou tentando cessar essa divagação desenfreada, mas não consigo nadar para fugir da minha torrente de pensamentos.
E essa água corre, corre, corre... Me levando junto até que eu me afogue, até que eu mergulhe, até quando?
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