Hoje é dia de morte. Dia de enterro. Dia de poeira e restos, concreto quebrado, dia de nuvem, de frio, pessoas escuras e cobertas, pé ante pé pra não cair.
Nenhuma sombra nem contraste, nenhum volume; iluminação sutil no bloco plano de cores duras.
Mas a paixão existe.
Existe?
É dia de corrente e prisão, ponto de ônibus lotado, tremor nas mãos
pressa, falta, ausência
remédio, lata, corte.
Há paixão, ainda.
Nas janelas verdes da varanda, o Sol atrás da água, andar distraído e cílios batendo, olhos que se encontram, crianças desajeitadas tentando sorrir.
Há paixão surgindo, batimentos cardíacos (me dói o peito), a alma se enchendo de uma perturbação irritante e comovente
amor em minhas entranhas.
Estranho calor.
Fluxo contínuo de fantasia:
Me protege das garras
do aço
do vento
do ódio
vazio.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
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2 comentários:
Ônibus. São Paulo. Alphaville. Muita saudade. Victor Hugo e tudo o mais...
caramba... to quebrando a cabeça pra saber quem escreveu esse comentário e não consigo descobrir!
alguém sabe?
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