transporto tuas fronteiras tão desprotegidas para longe, invado teu território de segredos mal guardados, displicentemente mal enterrados, invado os limites do teu orgulho
sutilmente transgredindo tua pele macia, a olhares transversais de manha ensaiada, me finjo frágil para me esconder no teu abraço
sabe que minto. minha força inteiramente dissimulada pela delicadeza que te rende
minha rede de amores tecidos a fios de lua e beijos encantados num balanço de brisa, tão infantil, tão bebê, e livre assim...
e é a tua pele que meus dedos cegos exploram para entender o encanto simples e sem pretensões de grandeza que me deixa assim quieta, sem medo de qualquer silêncio que se coloque nos momentos de incrível entendimento.
sem reclamações de posse
sem possessões de afeto forçado
apenas risos e sorrisos altos, de tranquilidade bem humorada, de vontades descansadas, balanço de paixão em sombra de aconchego.
amor tranquilo em águas claras
domingo, 28 de setembro de 2008
sábado, 6 de setembro de 2008
Circulação
Se trava, destrava.
Quebra, se necessário.
Solta e larga, solta a língua, solta as mãos, destrava.
Se travam as articulações, alonga.
Se o joelho grita, senta, agacha, descansa.
Não cansa.
Se a poesia se manifesta, grita, canta, rodopia com as palavras.
Só sons e ritmo, mais nada.
O que quero é sair gritando todo esse fluxo de poesia tão vivo dentro de mim, esse fluxo tão forte que me puxa, como correnteza, me invade a mente e os gestos, me domina as horas, tranca as tristezas, só me permite sentir o que é belo. A poesia tem desse capricho: bloquear o que há de feio no mundo, distorcer os cantos, as cores, os movimentos, distorcer e ajustar, até que tudo esteja na medida certa para encharcar a alma.
Minha busca incessante por mais vida continua indefinidamente e sem critérios circulando as bibliotecas, os parques, as esquinas, os olhares, as mãos e as bocas, atrás de qualquer sutileza que me invada por inteiro, que me faça entender o que é sangue, o que é pulsação, o que são vontades íntimas, o que é cruel. A mente sai quicando cegamente entre assuntos desinteressantes, seguindo de mãos dadas com o coração que sabe aonde quer chegar, que guia o corpo, que comanda o caminho. Esse trânsito de intenções sabe o que busca, ainda que codifique todos os sinais, para que eu aceite ser subordinada pelo meu sentido mais íntimo, mais profundo, aquele tão escondido e discreto, o único que sabe o que é o sentido da vida mas não me conta.
É ele que eu sigo.
Quebra, se necessário.
Solta e larga, solta a língua, solta as mãos, destrava.
Se travam as articulações, alonga.
Se o joelho grita, senta, agacha, descansa.
Não cansa.
Se a poesia se manifesta, grita, canta, rodopia com as palavras.
Só sons e ritmo, mais nada.
O que quero é sair gritando todo esse fluxo de poesia tão vivo dentro de mim, esse fluxo tão forte que me puxa, como correnteza, me invade a mente e os gestos, me domina as horas, tranca as tristezas, só me permite sentir o que é belo. A poesia tem desse capricho: bloquear o que há de feio no mundo, distorcer os cantos, as cores, os movimentos, distorcer e ajustar, até que tudo esteja na medida certa para encharcar a alma.
Minha busca incessante por mais vida continua indefinidamente e sem critérios circulando as bibliotecas, os parques, as esquinas, os olhares, as mãos e as bocas, atrás de qualquer sutileza que me invada por inteiro, que me faça entender o que é sangue, o que é pulsação, o que são vontades íntimas, o que é cruel. A mente sai quicando cegamente entre assuntos desinteressantes, seguindo de mãos dadas com o coração que sabe aonde quer chegar, que guia o corpo, que comanda o caminho. Esse trânsito de intenções sabe o que busca, ainda que codifique todos os sinais, para que eu aceite ser subordinada pelo meu sentido mais íntimo, mais profundo, aquele tão escondido e discreto, o único que sabe o que é o sentido da vida mas não me conta.
É ele que eu sigo.
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