Avenida e carros, túnel colorido de grafitti - tanta cor, tanta cor! Repentinamente, sombra. Não a sombra que projeta a luz e embeleza a cena - não! A sombra-vácuo, o cinza que engole e submete a cor. Triste contraste entre as formas lineares definidas na parede e as formas empoeiradas difusas no chão.
Tal é a impressão.
Cinza invade estas vidas: cinza de fome, cinza de sentimento, de esmola e cigarro. Cinza de fumaça, de palavra e gesto.
A figura murcha no chão confunde-se com o cobertor, com os papéis e papelões, lixo e restos - tudo cinza e marrom, tudo branco e preto.
Até que, por fim, funde-se ao concreto e some na cidade cega.
Sem dor.
domingo, 27 de maio de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
O que dói mais é não sentirmos mais dor.
Adorei!
legal bebe
gostei do cinza-vacuo ehehehe e da sinestesia formada eheheh
bjao
Postar um comentário