Looking through a Glass Onion

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When I get to the bottom I go back to the top of the slide, where I stop, and I turn, and I go for a ride

sábado, 10 de outubro de 2009

Do lado de dentro

O dia nascendo lá fora. Arvorezinhas sussurrando, céu azul escuro, degradê de luz sutil.

Um rosto que domina a cena, invade todo o palco, só o rosto importa. Iluminação agradável nos olhinhos não muito grandes, olhos escuros que me procuram e me invadem com ardor suave.

Dia nascendo fora da janela. Iluminação verde e clara, rosto e rosto, muito perto, tão bonitos são os dois. A alma sai das entranhas lá do fundo onde costuma ficar escondida, protegida. A alma quase salta pra fora pelas mãos, pela pele, pelo tato. Alma guiando corpo.

Olhos e olhos, pupila e pupila, muito próximos, muito se olhando, muito colados; escutam atentos a respiração relaxada que emana, ora um, ora outro. Dia nascendo é bonito.


A poesia se formando a pequenos tropeços, passos incertos, um pouquinho de vergonha, muita curiosidade, sorrisos e risinhos, nariz boca olho, o pescoço de pele macia, a voz que contorna os silêncios, mãos bonitas. A poesia se formando no dia nascente, o que a torna muito mais bela, o que a torna minha.

Sol surgindo e faiscando os olhos negros que perguntam, incertos. É a boca que vai responder, muda, sem som, apenas com intenção, com vontade, com verdade. O diálogo se faz natural, sem pressa, sem erro; a quietude da madrugada que acaba de se transformar em dia claro, em luz que domina tudo.

Dia nascendo; não vá embora, não, não vou, eu volto, sim, volte sim!
Dia já claro, não foi sonho.

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