Looking through a Glass Onion

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When I get to the bottom I go back to the top of the slide, where I stop, and I turn, and I go for a ride

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Paulistana

Fachos de luz azul pela madrugada
Tudo se mistura no horizonte pálido
O céu cinza que reluta em nascer

Não há luz, não há estrela
Cigarros acesos na multidão em estado de parto
As ruas cruzadas, enroscadas, dão à luz um novo dia
Igual a todos os outros

Dormem.
Muitos ainda dormem
São figurantes da cidade calada
Personagens das espigas de concreto do horizonte entrecortado
Geométrico.

Venha, me siga
Suba comigo na torre de vento
Aqui faz frio, mas o Sol já nos alcança
Sente teus sentidos
A lágrima fria que reluta em sair de ti
Repara na tua vida que se esvai em cada respiro
Em cada copo
Em cada passo
Vês que tua mão já não tem força
É de gelo, de sangue, de morte
No espelho não reconheces tua face
Tua alma parece abandonar teu rosto estático

Refugia-te onde o aço, o caos e a lâmina não te alcançam
Sente a brisa úmida que lhe lambe os cabelos


Aborta teu dia que nasce
da obediência
e da dor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bebê de Andrade, a Modernista.