Ninguém para levantar e ir apagar a chama de fogão, mas não havia problema, ela gostava de observar o fogo; aquele azul brilhante enchia seus olhos de calor.
Sentia aquele momento vazio, sem emoções nem acontecimentos.
Só ser.
Ser só.
E era bom.
Cruzou os braços, ouvindo os sons de dentro do apartamento. Quase nada. Um estalo aqui, outro ali: era a madeira adaptando-se à mudança de temperatura. O Sol se ia levantando e com ele, a neblina. O contorno de prédios tornava-se pouco a pouco nítido; antes como um borrão difuso no horizonte que como recortes recentes numa folha de jornal.
Seus sentidos estavam dormentes, mas ela sabia que nunca tivera tamanha consciência de si como naquele momento frio.
E era bom.
O piscar de olhos foi-se rarefazendo; sua respiração rasa e lenta. Já não era preciso ajeitar-se na cadeira, sua alma estava confortável e invadia aquele instante.
A carne tornara-se agora desnecessária. Lentamente viu-se separando de sua mente. Com um último esforço, descobriu-se livre.
Livre.
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.
.
.
.
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E voou.
Um comentário:
Mahhh... Bebêee... Lindaaa...
AMO tdos os seus escritos... Te admiro muito msm... vc me faz viajar nos pensamentos... TE AMO E ADORO moçaaa... Brigada por td... Bjinhos AnninhA
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